Cruzes com os dedos

Uma noite destas, num jantar entre amigos, fui vítima de ciúme em proporções colossais.
Sempre fui ciumenta, principalmente, com os meus irmãos, alguns deles claro está, que o meu coração é diretamente proporcional à minha altura, que é o mesmo que dizer que é pequenino e por isso não cabe muita gente.
Continuemos, um dos amigos, amavelmente – é que nem deixam os miúdos ser atenciosos – levantou-se e foi comprar cigarros, que nos tempos que correm equivale a ir comprar um objeto de luxo e decidiu oferecer à meninas que estavam na mesa incluindo a amancebada, claro. Quando nos ofereceu foi tão querido (para nós) que tratou-nos pelo diminutivo, ora a amásia ficou verde, com as unhas a crescer para dentro e com ar de prisão de ventre, eu que estava sentada à sua frente até me lembro de lhe ter perguntado se estava bem. Claro que não estava porque o seu querido tinha acabado de lhe meter os cornos com 3 gajas e debaixo do seu nariz. Não se faz! Então o menino, sua besta, teve a distinta lata de ser gentil e cavalheiro com umas 3 gajas que não lhe são nada, sua anta desqualificada, seu mulherengo sem escrúpulos então isso faz-se à sua amada?

Como dizia Roland Barthes, “como ciumento sofro 4 vezes: por ser excluído, por ser agressivo, por ser doido e por ser vulgar”.

Aconselho vivamente a esta maluca a andar de gatas por aí e a ter cuidado ao levantar-se… tanto piano, tanto piano a cair de andares altos, tanto.

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