As minha opções

Tudo tem solução desde que assumamos que o que se apresentou até agora não serve. Não serve e a vida tem que ser melhor que isto. Tem de ser.

Nestas reviravoltas da vida sendo destemida e aventureira arranjo solução para tudo, ou quase tudo. Se os homens, até agora, não me satisfizeram nem de longe, ou melhor, sempre de longe que é onde eles estão bem dado que perto só a dormir e a dormir roncam, suam e cheiram mal dos pés mesmo com palmilhas enroladas em plástico. Um aparte - noutro dia li a seguinte frase: acho que a libido está muito relacionada com o humor -, eu também achava, A-C-H-A-V-A. Sou uma pessoa bem disposta, animada, alegre, expansiva, divertida, deveria ter “super libido” todo o tempo, mas depois olho para eles… e eles, eles não têm graça nenhuma.

Adiante, decidi anunciar-me num jornal para fazer a triagem do que aparecesse, escrevi: Lindíssima, irresistível, melhor rabo da linha, peitos de pérola, corpo de modelo, nível universitário, culta, poliglota, educadíssima e super carinhosa. Eram tantas as qualidades que mais parecia um anúncio para puta. Desisti, não tenho jeito para me publicitar.

A seguir pensei em iniciar-me nos homens mais novos, mas para isso seria melhor fazer umas quantas estéticas harmoniosas. Talvez se mudasse algumas coisas que não gosto no meu corpo tivesse alguma sorte. Vai daí pensei numa lipo. Tudo começa com uma lipo, depois vai um botoxzinho ou talvez uma quantidade generosa de silicone e, em seguida depois de devidamente escavacada, parte-se em busca dum namorado bem mais novo para justificar todo um orçamento gasto em prol da eterna juventude. Já as (às amigas) estou a ouvir “isso é preconceito”, agora “até está na moda”, moda esta iniciada pela Marília Gabriela que de cima dos seus 54 anos andou enrolada vários anos com o belo e bem apessoado Gianecchini com apenas 29 lindas primaveras.
Bem sei que o contrário ainda é visto com um sorriso de maliciosa compreensão, enquanto que connosco, no máximo, o que conseguimos arrancar é um sobrolho franzido. A verdade é que não estou preocupada com o que os outros dizem, mas com o que eu faço. Dizem-me que o homem mais novo procura na mulher mais velha protecção e ajuda para crescer, lamento amigas isso já fazemos com os filhos e não me estou a ver a fazer sexo com eles, logo não protejo nem educo quem “almoço”, vá. Esta é fácil! Depois vêm com a ladainha que passamos a cuidar-nos mais e que as relações são mais duradoiras. Amigas em primeiro lugar não temos outro remédio senão levar a manutenção à risca pois podemos correr o risco de nos cair o nariz ou mesmo uma mama depois de tanta operação e isso de durar mais tempo é só enquanto não nos começarmos a babar. Esqueço os mais novos.

Decidi, então, experimentar viver sem sexo - a vida é mesmo cruel, há vinte anos não sabia pinar, agora que sei não tenho ninguém para me acompanhar -. Se a senhora que tomava conta de mim e dos meus irmãos nunca teve sexo na vida eu também conseguiria. Se agora até existe um clube das virgens com sócias em idades variadíssimas, eu também consigo. Se existem mulheres que, atualmente, guardam a virgindade para a noite de núpcias, eu também consigo. Claro que me esqueci dum pequeno e insignificante pormenor, é que estas mulheres que acabei de enumerar nunca experimentaram sexo, nunca deram uma queca, nunca tiveram um orgasmo, nunca suaram de desejo, nunca lhes tremeu a passarinha – o que é tremendamente assustador -, adiante, talvez eu conseguisse viver sem sexo. Durante as 3 primeiras semanas a coisa até correu bem, o único senão é que comecei a roer as unhas e a olhar de lado. Quando iniciou a 5.ª semana eu falava a cem à hora, gesticulava muito e deixei crescer o bigode – a partir dos 40 já não é buço -. A hecatombe deu-se à entrada na 9.ª semana quando dei por mim a ver novelas portuguesas da tvi em horário nobre. Nós devíamos ter um censor interno com uma luz forte e um som agudo, ou uma dor de barriga súbita para excluir qualquer hipótese de futuros traumas, incontinências urinárias ou mesmo atrasos cerebrais profundos. Vocês já imaginaram o susto que apanhei. Eu sou apologista de que o que é nacional é bom, mas a minha experiência com as novelas portuguesas da tvi fica por aqui, já tive a minha dose.

Não desisto. Continuo na minha luta.

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