Crise e suas sequelas

Eu faço parte daquele grupo que paga a crise, aquele que trabalha por conta de outrem, aquele que não tem hipóteses de fugir a coisa nenhuma, ainda por cima esta crise está longe de acabar, espera-se mais desemprego e salários mais baixos. E se achava o meu ordenado pequenino, agora é melhor pensar que terei de apertar o cinto ainda mais e para não perder o pouco mas certinho mensalmente ainda me sujeitarei a reduzi-lo com medo de ficar desempregada.

E faço listas, listas para redução das despesas. Cortar, cortar e cortar. E estudo alternativas várias para não começar a comer pedras da calçada só com sal porque já nem há dinheiro para especiarias, no meio disto as possibilidades de ter que mudar de vida são muitas.

Andando eu às voltas neste pesar deparei-me com a possibilidade, entre muitas, de ir parar a uma santa terrinha qualquer. Ora eu que sou uma pessoa muito sensível a nomes e, sou-o porque possuo um dos nomes mais feios do mundo - horroroso em qualquer língua e em qualquer país deste Planeta – quando me deparei com a possibilidade de me mudar fui ao mesmo tempo invadida pelo horror de acabar em terrinhas como: “Pé de cão”, Macieira de Cambra”, “Covelo de Paivó”, “Nojões”, “Algodres”, “Lamalonga”, “Bouça”, "Lampaça",
"Pilongo", "Cabrela", "Cargolim de Cima", "Coito", "Vale de Cães",
"Muda de Baixo", "Raco", "Jardo", "Galaxes", "Piçarral", "Cova da Muda".

Antes comer pedras da calçada sem sal.

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