À velocidade da luz

Eu que toda a vida fui agnóstica, chegada aos 40 e deu-me para a espiritualidade. Acho mesmo que chegarei a budista - o fim do sofrimento, alcançando o nirvana e escapar do que é visto como um ciclo de sofrimento do renascimento - é muito apelativo, mesmo que Buda não tenha deixado nada escrito e seus ensinamentos sejam transmitidos oralmente aos seus discípulos.

Estava eu em busca da minha espiritualidade quando de repente sou assaltada pela Sra. Solnado, que desde que se virou para o misticismo até com Deus fala. Ora, deve-se respeito e consideração à Alexandra, não é qualquer um que tem banda larga directamente ligada ao canal de Deus. Vai daí dei-lhe alguns minutos de atenção, segundo esta senhora a espiritualidade requer um treino diário - bolas, mais uma coisa para me cansar - porque uma pessoa que se limpa todos os dias tem maior paz interior e tranquilidade, diz a Alexandra. E adianta que uma pessoa acede ao seu Eu Superior, todos os dias, tem mais ligação à fonte da vida e simplifica muito mais o seu quotidiano. Muito bem, é isso mesmo.

E como se faz essa limpeza diária?

Coloque uma música suave e um incenso. Sente-se confortavelmente numa cadeira ou poltrona. Feche os olhos e respire profundamente três vezes. Sinta uma luz entrar pela cabeça a invadir demoradamente todo o corpo: garganta, ombros, braços mãos e dedos, peito, barriga, quadris, pernas e pés.

Preocupação era tanta de sentir a luz a invadir todo o corpo, que não vi nada nem senti nada e minha senhora qual luz? Luz solar? Luz natural? Luz Casal? Luz negra? Dérbi da luz? Fonte da Luz? Universo de luz? Praia da luz? Luz pulsada?

Qual luz?

Estou aqui estou a beber lixívia para me desinfectar.

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