Em busca do criogénio perdido

Na última festa de passagem de ano e antevendo - porque infelizmente somos umas visionárias -, o "annus horribile" que se adivinhava, eu e a minha irmã S decidimos que passaríamos o ano 2012 envolvidas em criogénio tal qual fazemos aos croquetes de carne. Afinal não passou dum sonho. Não sei o que correu mal mas continuamos a inspirar oxigénio e a expirar dióxido de carbono o que significa que por cá permanecemos. O que me irrita porque, se chegámos à conclusão que o melhor mesmo seria criogénio durante 366 dias, é porque não estamos dispostas a gramar esta merda. Senão vejamos, a horseface por cá continua e agora dá ordens às pessoas, relinchando é certo, mas não deixam de ser ordens; os meus gatos enlouqueceram de vez; subiu exponencialmente a percentagem de homens que não o levantam porque se sentem ameaçados por nós, gajas; as finanças agora cobram duaz vezes porque alguém tem que pagar o que outros roubaram; também aumentou drasticamente os chamados "malucos disciplinados", ou seja são malucos mas é só para alguns; "já que não me fodes, bate-me" passou a ser um método corrente nos lares dos portugueses; chove quando devia fazer sol e faz sol quando devia chover; é oficial, corvo que se preze não aprende a lição; "já que fazes jogging, levas um cargueiro de pancada" passou a ser palavra de ordem pelas ruas deste país à beira mar plantado; os nossos governantes aconselham-nos a sair do país, dizem eles que é melhor para nós e os auto stops até nos obrigam a provar que a roupinha que temos no corpo é nossa e não foi roubada à mãezinha deles que como todos sabem afinal esta raça não foi cagada, nascem mesmo e têm paizinhos.

Assim e, dada a atual conjuntura, surgem-nos duas opções ou é à litrada diária ou dedos na ficha, como esta deve doer preferimos a litrada assim como assim antes desfocada que chocada.

Desaparecida em busca do criogénio perdido.

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