À laia de diário: Insónias e (n)a crise


Desde que começou a crise e a troika e os roubos indecentes e sucessivos aos nossos ordenados e aos nossos direitos, que tivemos, ou a grande maioria não teve outro remédio - neste caso, muito a propósito - de adaptar o nosso modus vivendus à nova realidade. 

Continuamos vivos, não é assim?

Vai daí , e se deixei de ir ao ginásio ou à depilação mais depressa deixei de comprar remédios para controlar as tão nefastas insónias que insistem em "dormir" comigo todas as noites. E, se antes tinha triculum ou lexotan, atarax ou actifed, fuminhos ou "Noites Calmas Lister+" reforçado com Gaba, porque podia e porque ler antes de dormir, vaporizar a almofada, beber chá de camomila ou mesmo gotas relaxantes a queimar não deixaram de ser tentativas inglórias e uma valentissima perca de tempo, assim como estes últimos meses em que me deixei levar pela conversa duma advogada freak (uma contradição nas bases) mas tudo me acontece. Em ambos os casos tudo se tornou uma valente perca de tempo e de dinheiro... que não há. 

Vai daí, mais uma vez, confrontei-me com o fato de ser imperativo na minha vida arranjar uma maneira de dormir "au naturel" e não é que consegui. Já diz o povo que a necessidade aguça o engenho e tem muita razão porque, afinal, foi isso mesmo que me aconteceu. 

Considero-me uma pessoa eclética musicalmente, oiço um pouco de tudo com prazer. Quer dizer, quase tudo porque não suporto música rap nem ópera. A minha relação com a ópera é de medo, puro. Lembro-me como se tivesse acontecido ontem que o meu rmão mais velho me levou ao São Carlos para ver/ouvir Madame Buterfly. Fiquei de pé todo o tempo e chorei como se não houvesse amanhã tal era o tamanho do meu sufoco. Um desespero. Tive 3 dias sem falar e, claro, nunca mais voltei nem perto do São Carlos não vá ela aparecer na janela e cantar para mim. 

Já com a música clássica tenho tido uma relação pendular. Umas vezes oiço e gosto outras vezes não consigo. Mas noutro dia ao ler um artigo cujo título "Tome uma dose de Bach duas vezes por dia e uma de Vivaldi mesmo antes de ir para a cama" me prendeu a atenção e pensei cá para comigo ora aqui está uma coisa que ainda não experimentei. E não é que resulta. Até agora tenho tomado 50 mg da "Siciliana" de Bach e 100 mg da "Primavera" de Vivaldi, leio no máximo 5 páginas do livro que estou a ler - que só tem 1198, pelas minhas contas acabarei lá para 2019 - e caio no sono até o despertador tocar. 
Como é que dizia o outro: na natureza tudo se .... isso. Boa noite.

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