O lado bom da crise para os contribuintes

Tudo - não as pessoas - tem um lado bom e um mau, é o que dizem!
Descobri o lado bom da crise, senão vejamos:

- não temos que ir ao dentista porque não temos dinheiro para lhes pagar (aos dentistas) casas de verão e carros de última gama;

- não temos que usar óculos porque não podem botar as lentes novas nas armações velhas e só temos dinheiro para uma das coisas;

- doenças, só as de acordo com o meu estrato socioeconómico que é como quem diz: vivam os piolhos, a menopausa, os treçolhos, as hemorróidas, a flatulência e os maus fígados;

- já a ida mensal à depilação foi trocada por 2 anuais e essas são no verão para não ser expulsa da praia ao ser confundida com a mamãe do ursinho Puff!;

- acabou-se a tv, não há dinheiro para Meo nem Zon nem o raio que os parta, sempre posso ver os interessantes programas que passam na tvTuga;

- ginásio foi substituído pelo asseio da casa que a partir de agora quem a limpa, arruma, passa, escova, lava é a minha pessoa e até já adaptei alguns exercícios à limpeza caseira;

- acabaram-se os aquecimentos o que facilita imenso os rounds afetivos com os meus filhos;

- fumar???? sempre posso começar a esfumaçar-me com cotão que lá em casa é aos kilos ou mesmo começar a fumar a minha imensa cabeleira já que ir ao cabeleireiro se transformou numa miragem;

- refeições diárias passaram de 4 para 2, como o subsídio de alimentação vai ser taxado nada como inspirar ar puro nos jardins do casino para disfarçar a fome e, ainda arejamos com vista para o mar e ainda nos podemos abraçar a umas quantas árvores – dizem os entendidos em porra nenhuma que esta actividade é extremamente relaxante e é só preciso ter cuidado com a árvore que queremos apertar, eu, pessoalmente, dispenso os pinheiros;

- quando o “barco” começar a afundar não rezar - que está provado ser a maior perca de tempo e não resolve nada e não nos alivia – ir às lojas dos chineses;

- quando a nossa bolsa demonstrar sinais de descolamento, assaltar um banco que não seja do Cavaco e dos respetivos amigos que é para não correr o risco de estar vazio;

- férias são para os ricos deste mundo, a mim resta-me o fogueteiro que é o mais longe que consigo ir/vir, dizem que é lindo e fica por um custo baixíssimo e dá-nos uma riqueza cultural, mental e até espiritual enorme;

- não desesperar que o PIOR ainda está para vir e a vida tem que continuar;

- se precisarmos dum livro de auto-ajuda, escrevemo-lo nós próprios;

- na velhice agradeço que me calhe uma doença, que ferre o cérebro, como o Alzheimer, esta doença tem a particularidade de atingimos o estado mental similar ao da Susana e Cátia, e ficarmos dementes por completo e aí bem podem tirar subsídios, taxar almoços, aumentar o iva que só vou querer saber de beber “Pegões” à litrada

Um grande bem-haja para todos e viva a crise que no fundo bem no fundo e aqui para nós até veio para nos ajudar.

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