Invariavelmente

Sou daquelas pessoas que acredita não ter uma família perfeita, muito menos familiares perfeitos. Na minha família há de tudo: mulheres neuróticas, homens infiéis, crianças hiperactivas, míopes, miúdas que não tiram o buço, outros que não tomam banho, também os há invejosos e generosos, estúpidos e inteligentes, feios e alguns bonitos, carteiros e doutores, mulheres que deviam ser homens e vice-versa, há de tudo.

Tenho pais “cool” mas tão “cool” que se esqueceram de exercer o cargo de tal maneira que os exemplos se converteram em modelos do que nunca poderemos fazer. O meu pai é tão “cool” mas tão “cool” que quando o meu irmão lhe disse que era homossexual o progenitor teve 2 semanas com febres altas e 20 anos sem lhe falar. A minha mãe é tão “cool” tão “cool” que tudo o que faz aos filhos, fá-lo com condições.

Basicamente o amor que tenho por eles é uma sorte e devo-o aos meus irmãos, por isso o caminho percorrido tem sido como duas pessoas tentando falar uma com a outra mas com os telemóveis desligados. Não é amor, são dois telemóveis desligados. Não só não nos ouvimos como invariavelmente acabamos a pagar a conta e os lobos maus afinal somos nós.

Não é amor é da mesma família.

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